MEU SER SOLITÁRIO

MEU SER SOLITÁRIO

Estudos revelam que quase metade da população mundial é composta de pessoas introvertidas. Elas não são tímidas nem solitárias, mas pessoas normais que gostam de passar mais tempo consigo mesmas que em companhia dos outros. São capazes de passar um final de semana inteiro ouvindo músicas, assistindo vídeos, lendo um bom livro ou até mesmo limpando a casa. Não sentem necessidade de companhia, pois essas atividades já preenchem plenamente suas necessidades relacionais.

Enquanto fazia o curso de teologia, nosso professor de prática ministerial recomendou a leitura de um livro bem sugestivo, que naquela época já era um Best Seller: Temperamentos Controlados pelo Espírito (Tim Lahaye), uma obra de fácil leitura que descrevia de forma bem humorada os quatro temperamentos básicos da natureza humana. Confesso que ele me ajudou muito especialmente nos primeiros anos de ministério.

Trinta anos depois vejo que a natureza humana não mudou muito e o livro continua vendendo aos milhares. Os quatro temperamentos (colérico, sanguíneo, fleumático e melancólico) básicos ali descritos são facilmente inidentificáveis em nossas relações, não como crítica, mas como constatação natural de algo que é comum a todos. Eu por exemplo, tenho muito mais do temperamento fleumático que do colérico e sanguíneo por conta de meu jeito de ser. Outros são quase 100% melancólicos, enquanto os líderes de torcidas organizadas são “sangue puro”, vivem da adrenalina das massas, do ambiente coletivo e se alimentam nas multidões. Quase sempre são passionais, emotivos e altruístas.

O mesmo livro revela que ninguém é 100% de um único temperamento. E mesmo os que têm temperamentos mais acentuados em uma ou outra direção podem ser ajudados a chegarem ao equilíbrio através de uma vida mais piedosa e relacional, afinal, todos sabem que os extremos são perigosos e o equilíbrio é sempre a marca da sabedoria.

Não gostar eventualmente de estar com pessoas não é um problema, o problema é quando elas só gostam de fazer isso. Nosso maior exemplo de vida é Jesus que equilibrava longas exposições coletivas com retiros temporários e pessoais para orar, refletir, meditar e se reabastecer no silêncio. Outros se abastecem no barulho, no burburinho e nas multidões. Cada um sabe o que é melhor para si, cabe aos outros respeitarem as escolhas.

Pastor Levy de Abreu Vargas

A ROTA DOS MARMITEIROS

A ROTA DOS MARMITEIROS

Agora que a PIBN está às portas de completar 80 anos, afloram em nossa mente fatos curiosos vividos pela Igreja em décadas passadas. Um deles é a “saga” do trem mineiro que passava por Nilópolis. Vou tentar resumir a história nas linhas abaixo.

Foi assim: A locomotiva que ligava o Rio de Janeiro a Belo Horizonte passava por Nilópolis. Ela saia de Barão de Mauá (hoje uma estação fantasma na Avenida Francisco Bicalho), seguia pelo ramal de Japeri, passava por Conrado, subia Serra do Mar passando por Governador Portela, Miguel Pereira, Paty do Alferes, Avelar, Três Rios e assim seguia até Belo Horizonte. Isso na década de 60 era uma verdadeira aventura, mas era exatamente isso que nossos irmãos procuravam.

Eles chegavam cedo à Igreja com suas marmitas, participavam da EBD e ficavam controlando o horário para não perderem o trem, embarcavam e possivelmente já iam evangelizando durante a viagem até o local onde desciam. Chegando lá almoçavam às margens de um rio, visitavam os moradores, faziam ar livres e cuidavam para não perderem o trem que voltava de Minas. Ele passava por volta das 16, 17h e com sorte ainda chegavam para contar as proezas no culto da noite. O curioso disso é que eles mesmos pagavam suas passagens, levavam sua própria comida e ainda sacrificavam seus dízimos e ofertas aqui na Igreja. Graças a esse empenho a PIBN organizou Igrejas em quase todas as estações de Japeri até Avelar.

Quando a Igreja completou 70 anos (2008) formei uma comissão composta de diáconos para refazerem de carro (o trem já não existe desde os anos 70) o mesmo percurso e colherem algumas informações relevantes para o acervo da Igreja, mas não tivemos muito êxito, pois algumas dessas Igrejas estavam atravessando dificuldades por conta do “Êxodo urbano”. Os pequenos agricultores venderam suas propriedades e migraram para a Cidade. Onde havia famílias agora só há pasto e cercas de arame farpado. Mas as Igrejas seguem de portas abertas, apesar das dificuldades.

Dez anos depois, o nosso projeto é refazer o mesmo caminho mais uma vez, passar por todas as Igrejas onde organizamos o trabalho e prestar uma homenagem àqueles abnegados irmãos que tanto fizeram pela evangelização do nosso Estado. Não é justo deixar que essa memória se perca.

Fique atento, em Setembro vamos refazer esta rota e você está convidado a participar dela.


Pastor Levy de Abreu Vargas

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POR NOSSA CULPA

Na última segunda-feira o Congresso Nacional votou uma medida extrema para conter o avanço da criminalidade no Rio de Janeiro, mas isso é apenas um ponto entre tantos outros. Nosso Estado é a segunda maior economia do país e ao mesmo tempo um fracasso administrativo por conta de gestores inescrupulosos que se revezaram no poder com a conivência daqueles que mais precisam do governo: A classe operária.

Infelizmente, aqueles que mais precisam e mais trabalham são também os que menos recebem. Fazem parte da classe operária aqueles irmãos brasileiros que viajam de trem e metrô, usam o sistema público de saúde, seus filhos estudam nas escolas municipais e estaduais, ocupam a maior parte do subemprego ou são funcionários públicos com baixa remuneração (professores, policiais civis e militares, bombeiros, agentes públicos, agentes de saúde e tantos outros), habitam os subúrbios, as comunidades ou a periferia, ou seja, nós somos a classe operária.

Jesus nos deixou alguns poucos mandamentos e mesmo sendo tão poucos teimamos em desobedecê-lo. Em seu derradeiro encontro com os discípulos Ele disse: “É me dado todo poder no céu e na terra, portanto ide, fazei discípulos de todas as nações…” (Mateus 28.18,19). Mesmo com a assombrosa multiplicação de templos Evangélicos não temos feito discípulos. Temos feito amizades, temos reunido pessoas, temos construído templos e temos seduzido pessoas em busca de cura e riqueza, mas infelizmente não temos feito discípulos e sem discípulos o Reino não cresce e as trevas prevalecem.

Confesso que tenho pouca esperança que o Exército venha resolver em dez meses os problemas que foram se multiplicando por décadas, mas tenho certeza, que se a Igreja quiser e estiver disposta a pagar o preço da obediência ao imperativo bíblico, em menos de uma geração teremos não apenas uma Igreja transformada, mas um Estado verdadeiramente pacificado e liberto de todas as suas mazelas sociais.

A Bíblia ensina: “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra. Agora estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração deste lugar” (II Crônicas 7.14-15). QUEM TEM OUVIDOS, OUÇA!

Pastor Levy de Abreu Vargas

post_11fev18

APRENDENDO A ORAR COM JESUS AO DEUS QUE NOS CONHECE

Ao dizer na oração do Pai Nosso que Deus sabe o que é necessário para nós, Jesus estava ensinando na oração sobre a onisciência de Deus. Deus é um ser onisciente. A palavra onisciente é formada do prefixo de origem latina ONI, que significa aquele que tem conhecimento de toda coisa.
É justamente aqui que pode abrigar as nossas crises relacionadas às orações que fazemos. É o momento de perguntas diante do fato ruim que nos acometa, e Deus, sendo onisciente permite o infortúnio. São os porquês que são colocados diante de Deus, para os quais Deus se cala, e nos aborrecemos.

O que você responderia às famílias do Submarino ARA San Juan, que desapareceu no dia 15 de novembro de 2017, com 44 pessoas a bordo, e Deus sabia que aconteceria aquilo? Você não responderia absolutamente nada. Há coisas que nós não desvendamos, porque o nosso raciocínio está relacionado às coisas da terra, é raciocínio raso.

Paulo, o apóstolo, tinha também suas limitações ao tentar compreender o porvir. Ele entendia que via as coisas de Deus como por espelho, em enigma, mas um dia conheceria completamente quando estivesse face a face com Deus (1 Co. 13.12).

Apesar de limitados que somos, é importante refletirmos sobre o Deus que nos conhece, com base na explicação de como devemos orar (Mt. 6.8). O Deus que nos conhece é sabedor das nossas dificuldades. Esse saber de Deus é uma de suas qualidades, a onisciência. Isso quer dizer que Ele sabe de tudo que esteja ocorrendo conosco, nós sabemos em parte.

O salmista teve essa experiência. Ele escreveu que Deus conhecia o seu sentar e o seu levantar; de longe entendia o seu pensamento (Sl. 139.1-2). Num outro contexto o profeta Isaías registrou: “E será que, antes que clamem, eu responderei; estando eles ainda falando, eu os ouvirei” (Is. 65.24). Deus nos conhece e fará o melhor para nós, embora não entendamos os vendavais da vida que naufragam nossos barcos.
O Deus que nos conhece sabe das dificuldades antes de nós. Isso significa que ao pedir a Deus um emprego, Ele já o sabe. Pode surgir novamente aquela surrada pergunta: se sabe, por que pedir? Acontece que pedir é algo totalmente bíblico. Foi Jesus quem nos ensinou a pedir por meio da oração (Mt. 7.7-11).

Conta-se que George Müller orou durante cinquenta e dois anos pela conversão de alguém que lhe era querido. Só um tempo depois de sua morte que a pessoa conheceu a Cristo como seu Salvador. Pedir foi a parte que coube a Müller, fazer foi a parte de Deus. Pedir é a nossa parte. Fazer é a parte de Deus. Vivamos nessa esperança, dizem que ela não morre.


Pastor Antonio Carlos de Lima

Lutero

CINCO COISAS ESSENCIAIS

No próximo dia 31 de outubro de 2017, a Igreja Cristã comemora 500 anos da Reforma Protestante, um evento que ocorreu na Alemanha, mas teve repercussão em todos os Continentes promovendo um verdadeiro “estouro do rebanho” que escapou ao controle da Igreja institucional e se multiplicou em centenas de outros núcleos Cristãos à revelia das autoridades eclesiásticas, mas com a total permissão Divina.

Foi assim: Martinho Lutero, monge agostiniano, doutor e professor em Teologia, esteve em Roma e viu com seus próprios olhos o baixo nível moral do alto clero da Igreja. De volta à sua cidade entendeu que alguma coisa devia ser feita para trazer a Igreja de volta às suas origens, mas principalmente resgatar valores que há muito estavam esquecidos. Ao todo, escreveu 95 teses que afixou às portas da Igreja do Castelo de Wittenberg, região da Saxônia. A publicação deste documento gerou uma verdadeira revolução que repercute ainda hoje. Ao longo do mês de outubro vamos falar com mais profundidade acerca deste assunto, mas por agora vamos apenas mostrar os principais pontos deste documento. Eles são conhecidos como os cinco “Solas de Lutero”.

SOLA FIDE (somente a fé). É o ensinamento de que a justificação é recebida somente pela fé, sem qualquer interferência ou necessidade de boas obras. Embora a fé salvadora seja sempre evidenciada com a realização de boas obras, não são as obras que nos justificam, e sim a fé em Jesus. (Romanos 5.1)

SOLA SCRIPTURA (somente a Escritura). A compreensão dos reformadores é que a Bíblia Sagrada é a única palavra autorizada e inspirada por Deus e a única fonte para a doutrina cristã, devendo ser acessível a todos em sua própria língua. Até então, só a Igreja e o prelado podiam possui-la e interpretá-la para o povo. (Mateus 22.29 e II Timóteo 3.16,17)

SOLUS CHRISTUS (somente Cristo). O terceiro ponto da Reforma era o resgate de Cristo Jesus como Senhor da Igreja e o único mediador entre Deus e a humanidade, e que não há salvação através de nenhum outro. À época já havia o culto à Maria e a outros santos canonizados pela Igreja. (João 3.16 e João 14.6)

SOLA GRATIA (somente a graça). Graça é favor imerecido. Isto significa que a salvação é um dom de Deus revelado em Jesus. Não é pelo esforço ou merecimento humanos que alcançamos o perdão dos pecados e a salvação da alma, isso só é possível pela fé em Jesus, mediante a graça de Deus. (Efésios 2.8-9).

SOLI DEO GLORIA (glória somente a Deus). Por último a lembrança de que toda honra, glória e louvores devem ser tributados somente a Deus, pois a salvação é realizada unicamente através de Sua vontade e ação direta no coração humano através de Jesus e do Espírito Santo. (Êxodo 20.1-3)

Simples assim, somente cinco princípios devem nortear a vida do crente e da Igreja. Todas as outras coisas, quer da vida espiritual ou eclesiástica, derivam destes cinco princípios que ainda hoje são os limites para toda a prática Cristã. Por eles vamos viver uma vida boa, produtiva e cheia de liberdade para expressar a glória e o amor de Deus.

Soli Deo Gloria

Projeto Viver

FAZENDO MISSÕES O ANO INTEIRO

Durante o mês de Setembro tivemos a alegria de receber muitos frutos do trabalho missionário realizado pela Igreja não apenas em Nilópolis e no Rio de Janeiro, como também no Brasil inteiro. Abrimos o mês de Missões com o coral da Cristolândia e depois recebemos os missionários da Igreja além, de ouvir o testemunho de irmãos cujos corações “ardem” por Missões há muito tempo, como foi o caso do irmão José Carlos e irmã Weece Borges.

O ponto alto das atividades foi o treinamento que promovemos para o “PROJETO VIVER”. Dias antes de inicia-lo, tivemos uma audiência com o Prefeito Farid e sua Secretária de Educação, professora Eva, que se mostraram bastante interessados em permitir que o projeto alcance as escolas da rede municipal.

Esse projeto é da Junta de Missões Nacionais e com ele os batistas brasileiros pretendem alcançar crianças, adolescentes e jovens com potencial de risco, fazendo um trabalho preventivo com ações efetivas junto à comunidade. Nosso missionário no Tocantins implantou o programa em sua cidade e o resultado foi uma drástica queda no consumo de drogas na cidade. Alguns que já estavam envolvidos com o consumo e desejavam deixar o vício foram encaminhados para tratamento em Brasília e isso foi muito positivo para a comunidade.

Muitos testemunhos semelhantes têm chegado à sede da JMN, e por conta disso ela vai promover um sua sede um congresso social onde o tema vai ser debatido de forma ampla (nossa Igreja estará representada com três inscritos, pois as vagas são limitadas), permitindo aos interessados conhecerem à fundo o problema do consumo de drogas entre crianças e adolescentes, assim como as ações que podem ser feitas para minimizar os danos.

Em Nilópolis, esse tema será o nosso foco. Não será mais um projeto ou um programa de agenda, mas um estilo de vida para blindar nossas crianças com informações sobre os males que o consumo de drogas acarreta. Para tanto queremos contar com a ajuda de todos. Não é um trabalho barato, nem fácil e rápido, mas com certeza será um investimento com retorno garantido nas gerações futuras.

Como já dizia a sabedoria popular: “É melhor prevenir, que remediar”, e assim, estaremos fazendo missões o ano inteiro.

Pastor Levy de Abreu Vargas, VIVER.

missoes nacionais 2017

SERÁ QUE ELES PODEM CONTAR COM VOCÊ?

Logo mais, estaremos fazendo o lançamento de mais uma Campanha Missionária. Ela será no culto da noite com a presença do Coral da Cristolândia, um grupo de homens transformados pelo poder de Deus através do trabalho missionário nas cracolândias do Rio de Janeiro e São Paulo. Mas cremos que podemos fazer mais: O Ministério de Missões através do Pastor Baeta e sua equipe planejaram uma série de atividades que certamente vão reacender a chama missionária em nossa Igreja. Veja a agenda completa na página 03.

Além da agenda missionária, este ano vamos fazer um dia de clamor pelo Brasil. Vai funcionar assim: uma escala de pessoas orando pela Nação das 06h às 12h no Templo e a continuidade deste clamor em casa, com famílias separando 15 minutos ao longo do dia para ler a Palavra de Deus e orar pelas necessidades do nosso querido Brasil. A Igreja vai disponibilizar um estudo padrão para uniformizar e facilitar a participação.

O sete de setembro este ano vai cair na quinta-feira e espera-se uma grande evasão de pessoas para aproveitar o “feriadão”, contudo, muitos não viajarão em razão da crise econômica, do trabalho na sexta-feira e outros compromissos. Quem for viajar não tem problema. O Pai ouve a oração dos seus filhos em qualquer lugar do planeta e assim você pode participar deste clamor onde estiver, mas quem não viajar, venha para a Igreja, vamos fazer uma alvorada festiva às 06h com queima de fogos seguida de um grande clamor pela nossa terra e nossa gente no templo. Nossa vigília vai até às 12h. Vamos comprar uma grande bandeira e iça-la bem alto para ser um símbolo da nossa fé e esperança neste pedaço de terra chamado Brasil.

Esta será a nossa resposta à onda de vergonha que nossos políticos e a classe empresarial nos legaram diante do Mundo. Um País tão grande, um solo tão rico e um povo tão nobre não podem ficar prostrados e posar de vítima diante de tanta iniquidade. CHEGA!!! Nossa resposta será a oração seguida de ações conscientes para mudar o quadro e trazer a esperança de volta aos nossos corações. Vamos fazer isso de forma pacífica e ordeira, sem ofensas, sem depredar patrimônio, sem queimar cruzes e sem tirar a vida de ninguém. A justiça de Deus é a nossa vingança e nós cremos nisso. Salmo 94.

Então, esperamos por você hoje à noite no culto de lançamento da Campanha. Esperamos também na quarta-feira missionária e na quinta-feira de 06h às 12h em uma grande vigília diurna de clamor. Vamos orar por nossas famílias e pelo nosso País. O Brasil e o povo brasileiro merecem esse sacrifício.

Será que eles podem contar com você?

Pastor Levy de Abreu Vargas

Repreensão

É MELHOR A REPREENSÃO ABERTA QUE O AMOR ENCOBERTO

Confesso que a parte que mais me agrada no Ministério Pastoral são as amenidades. São as visitas de manutenção ao rebanho, as idas para conhecer bebês que nasceram, os aniversários, casamentos e os raros passeios que fazemos em grupo. Os almoços também me agradam bastante, especialmente quando sinto cheiro de carne no ar. Aquela gordura queimando no braseiro, aqueles sorrisos gulosos na fila de espera e aquele sabor inconfundível no paladar, quase me levam ao delírio. Gosto muito, gosto mesmo, e assumo.

Mas nem só de festas, passeios e churrascos vive a Igreja. O dia-a-dia do nosso povo é duro e difícil. Para muitos ele começa às cinco da madrugada em um “Japeri lotado”. Para esses, o dia termina dez, doze horas depois e do mesmo jeito: apertado para ir e apertado para voltar. Muitos não têm casa própria, precisam de médicos, exames, remédios caros, lutam com a educação dos filhos e netos e sofrem com a violência generalizada. O fantasma do desemprego ciranda como um leão faminto rugindo e atemorizando. Sabemos de tudo e sofremos juntos.

Mas o sofrimento não termina aí. Todos os dias somos açodados por más notícias, por escândalos, abusos e excessos da polícia, dos políticos e muitas vezes do judiciário. Há um ministro na Suprema Corte que gosta de provocar a sociedade, libertar bandidos, banalizar crimes e afrontar os colegas. Gilmar Mendes é uma espécie de Robin Hood ao contrário: Ele prejudica os mais pobres para enriquecer ainda mais os ricos. Um escândalo e uma vergonha para o Judiciário Brasileiro.

Mas não pensem que a Igreja é muito melhor que eles. É duro, mas é necessário reconhecer que dentro da Igreja há líderes tão gananciosos e tão corruptos como os que estão lá fora. Homens e mulheres que estão mais interessados nos bens das ovelhas que no bem delas. Verdadeiras empresas da fé manipulando e espoliando um povo já tão sofrido. Não satisfeitos, esses apóstolos da mentira estão fidelizando seus seguidores na eleição de quem lhes convém. Aberrações políticas como Eduardo Cunha e futuramente Jair Bolsonaro foram ou serão eleitos com o voto ingênuo de pessoas como você que colocam sua confiança no homem. Mas o Profeta Jeremias alertou: “Maldito é o homem que confia no homem e faz da carne o seu braço e afasta o seu coração do Senhor”. Jeremias 17.5.

Estou deveras indignado como o rumo que as coisas tomaram, mas ainda tenho esperança. Apesar de tudo creio em Deus e continuarei servindo à Igreja, pois prefiro ser uma voz solitária lutando e denunciando os abusos que se cometem nela, que ser um pecador conformado fora dela. A Igreja é como a Arca de Noé: Se não fosse pelo medo da inundação e morte que há lá fora, seria insuportável aguentar o cheiro aqui dentro. Mas a gente aguenta.

Essa é a parte ruim do ministério. O que não gostamos de fazer. Isso não dá aplausos, não agrada e nem afaga o ego de ninguém, mas traz alívio e paz ao nosso coração. Como disse o Salomão: “É melhor ouvir a repreensão de quem ama que os elogios de quem nos odeiam”. Provérbios 17.5-6.

Pastor Levy de Abreu Vargas

Missões e cidadania, por que o Reino de Deus começa aqui.

“NÃO SE FAZ BONS NEGÓCIOS COM PESSOAS RUINS”

Missões e cidadania, por que o Reino de Deus começa aqui.

Hoje encerramos a campanha de Missões Nacionais 2016 e coincidentemente também vamos às urnas escolher nossos representantes no Legislativo e Executivo Municipais. Mesmo ausente da comunhão dos irmãos, sinto-me no dever de dar uma palavra à Igreja neste momento tão importante quanto grave.
Missões é uma das muitas responsabilidades da Igreja, mas não é a única. Ela evoca nosso dever espiritual de cumprir o IDE de Jesus Cristo levando o Evangelho a toda criatura. O Evangelho é o poder de Deus para o perdão e a salvação de todo aquele que crê com o propósito de transformar o homem a fim de que a terra tenha melhores pessoas e o céu seja povoado.

O que me perturba é saber que estamos preocupados em levar o evangelho aos confins da terra e não nos movemos para mudar a realidade que nos cerca. Nossa cegueira é tanta que nem percebemos que Jesus ordenou aos discípulos que fossem suas testemunhas primeiramente em Jerusalém, depois na Judéia, depois Samaria e por fim, os confins da terra. Trazendo para o nosso contexto podemos dizer que Jerusalém é a Cidade de Nilópolis, Judéia o nosso querido (e falido) Estado do Rio de Janeiro, Judéia é o nosso Brasil e “confins da terra” é tudo que está do outro lado das nossas fronteiras.

Jerusalém tem primazia em relação à Judéia e Samaria. Não podemos levar aos outros aquilo que ainda não temos. Precisamos acordar e saber que Nilópolis é a nossa casa, nosso quintal e nossa vizinhança. Infelizmente ela não é aquilo que gostaríamos, mas é o que temos e se tem alguém que pode mudar para melhor essa realidade esse alguém é você mesmo, com o seu voto, sua indignação, e sua repulsa.

Meu apelo é que você valorize o seu voto. Vote com consciência e escolha com muito cuidado o nome do seu vereador e prefeito. Não vote em alguém porque vai ganhar ou perder, vote porque ele fez por merecer o seu voto. Se ele não ganhar, pelo menos você fez a sua parte, e se cada um fizer a sua parte, as mudanças virão.

Um antigo ditado ensinava: “Não se faz bons negócios com pessoas ruins”. Vamos alcançar o Brasil e o Mundo com o Evangelho, mas antes vamos fazer uma verdadeira faxina em nossa própria casa. Use seu voto para mostrar o quão insatisfeito você está com tudo e ouse dizer isso com o seu voto.

Pastor Levy de Abreu Vargas

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DEIXE A MELANCOLIA E SEJA FELIZ

O cartunista e Humorista Henfil escreveu um texto muito interessante: “Por muito tempo pensei que a minha vida fosse se tornar uma vida de verdade, mas sempre havia um obstáculo no caminho, sempre havia algo entre eu e meu projeto de ser feliz. Ora era um trabalho a ser terminado, uma dívida para ser paga, uma enfermidade, a perda de entes queridos, uma viagem… e assim meu projeto ia sendo adiado”.

Um pouco mais melancólico que o cartunista Henfil é o compositor Peninha. É dele a letra “Casinha Branca” gravada por vários astros da MPB. Entre outros versos pincei algumas linhas que transcrevo para que você tire suas próprias conclusões: “Eu tenho andado tão sozinho ultimamente, que nem vejo à minha frente, nada que me dê prazer; sinto cada vez mais longe a felicidade, vendo em minha mocidade, tanto sonho perecer… Eu queria ter na vida simplesmente, um lugar de mato verde pra plantar e pra colher, ter uma casinha branca de varanda, um quintal e uma janela, para ver o sol nascer…”.

O problema tanto de um como do outro é o equivoco acerca da felicidade. A felicidade não é um projeto, não é um objetivo, não é um lugar, não é uma posse, uma questão de escolha, ou de oportunidades. Felicidade não é ter muito ou pouco dinheiro, ser ou não ser famoso, ser magro ou gordo, branco ou negro, culto ou inculto, religioso ou cético, crédulo ou incrédulo. Feliz não é aquele que faz o que quer, fala o que pensa ou cria suas próprias regras.

Quando pensamos em felicidade, pensamos em um algo que nos permita uma vida melhor com a esposa, o esposo, os filhos, o trabalho, os negócios e os amigos. Quando nos decidimos ser parte de uma Igreja, pensamos em uma comunidade que nos permita desenvolver os dons, cultivar amizades, adorar ao Senhor e alcançar a felicidade. Ser feliz é “O” desejo secreto da raça humana, mas o que não sabemos é que esse sonho já é a verdadeira felicidade.

Então, pare de fazer planos para ser feliz quando terminar ou voltar à faculdade, até que perca cinco quilos, até que se case, até que tenha filhos ou que eles cresçam. Não espere para ser feliz depois que venda ou compre um novo carro, mude-se do seu bairro, pague todas as contas, seja inverno ou verão… Ou quando se aposentar. Não pense que será mais feliz em uma Igreja maior ou menor, mais perto ou mais longe de casa, uma comunidade conservadora ou avivada… Ou quando fundar sua própria congregação.

Decida que não há melhor momento e lugar para ser feliz do que aqui e agora enquanto você pode, enquanto você quer, solteiro ou casado, antes que os filhos cresçam, antes que você adoeça, antes que os amigos se separem, antes que as luzes se apaguem, antes que você adoeça ou morra… Porque felicidade já é o próprio desejo de ser feliz; felicidade já é o caminho que caminhamos todos os dias, porque felicidade é a viagem e não o destino.

Portanto, deixe de melancolia e seja FELIZ!

Pastor Levy Abreu Vargas