PÓS NATAL
Ano passado, nesta mesma data, estávamos confinados em nossa casa cumprindo o afastamento social imposto pelo Covid. Em algum momento entre os dias 10 e 15 de dezembro 2020 fui contaminado apesar de tomar todos os cuidados. O que se seguiu foi um misto de incredulidade (assintomático), resignação e resiliência.
A incredulidade é natural quando recebemos uma notícia ruim, e aquela era particularmente indesejada. Ainda sentíamos a perda do nosso vice-presidente e muitas famílias da Igreja amargavam perdas para a pandemia. Felizmente venci a minha incredulidade e me atirei como um monge à disciplina do tratamento que era de pelo menos quinze dias.
Enquanto os dias passavam, eu e a Leonor íamos passando a limpo o passado recente e fazendo planos para o futuro (se saíssemos vivos da doença). Naquele momento tudo era muito incerto. Os noticiários davam contas de centenas de mortes todos os dias.
Resignados, tentamos tirar o melhor proveito do tempo “ocioso” e criamos uma rotina para cada dia. Como não podíamos sair nem para comprar remédios, ficamos à mercê dos favores Divinos que vieram através dos seus anjos vestidos de humanos: comidas, livros, telefonemas, mensagens e orações. Tudo foi muito importante.
Tivemos permissão para voltar às atividades no dia 29 de dezembro, mas aí o Natal já tinha passado e com ele toda aquela enxurrada de coisas boas que só acontecem nele, mas a resiliência nos fez pensar que há vida “pós Natal”… Há muitos outros Natais para celebrar. E como somos gratos a Deus por estarmos aqui, outra vez.
Pr. Levy de Abreu Vargas