Pastor Levy de Abreu Vargas

SEJAM BEM VINDAS AO MINISTÉRIO PASTORAL

Na terça feira 20 de Julho, o salão de música da Igreja no terceiro andar estava repleto. Nada menos que 24 Pastores e cerca de 20 pessoas entre familiares e convidados vieram participar de um momento inédito: O exame das duas primeiras candidatas ao exercício do Ministério Pastoral.

A história da ordenação feminina não é recente. Aconteceu mais ou menos assim: há décadas as convenções discutiam o papel das missionárias que iam sozinhas para o campo, ganhavam almas, pregavam, construíam templos, faziam um relevante papel educacional e social, mas não podiam celebrar Ceia nem batizar pessoas. Para essas tarefas as Juntas missionárias enviavam pastores que iam ao campo apenas para celebrar essas ordenanças e voltavam às suas Igrejas.

Esse assunto foi ganhando forma, e em 1995 o plenário da CBB em São Luiz – MA elegeu uma comissão para considerar a possiblidade da ordenação de mulheres ao Ministério Pastoral. A comissão de fato trabalhou e anos depois chegaram à conclusão que isso era uma decisão da Igreja local, então as Igrejas tinham autonomia para consagrar pastoras, mas o órgão que representa a classe (OPBB), sempre muito conservador, resistia receber essas novas pastoras em seus quadros.

Esse impasse teve uma longa discussão até que a Ordem dos Pastores do Estado do Ceará resolveu sair na frente e promoveu um fórum para debater assunto, concordando preliminarmente, que ao fim do debate haveria uma votação e o resultado seria acatado por todos. Entre os debatedores convidados estava a irmã Leonor Brandão Vargas de nossa Igreja, à época participante da comissão de estudo. Para contrapor à ela foi convidado um erudito pastor de Vitória cujo nome vamos omitir, pois hoje ele mudou de opinião. O debate foi numa manhã de sábado no Colégio Batista em Fortaleza com centenas de Pastores de todo o Estado e a votação foi esmagadoramente favorável à ordenação feminina. Não foi a irmã Leonor quem venceu, ela foi o instrumento, mas venceram as centenas de vocacionadas do Estado que agora poderiam não só celebrar Ceia e batizar, mas também filiar-se a Ordem Estadual.

Depois do Ceará, outros Estados tomaram decisões semelhantes e hoje há dezenas de Pastoras filiadas à OPBB (Ordem dos Pastores Batista do Brasil), algumas até compondo a mesa diretora. Em nossa Igreja, o concílio foi quase uma aclamação por duas pessoas que não apenas possuem as qualificações, mas também exercem suas atividades com o reconhecimento de todos.

Portanto, hoje é um dia histórico e louvamos a Deus pela vida das nossas duas novas pastoras: Terezinha Mendes de Jesus Nascimento e Gilmara Ferreira Pina de Santana. Que o Senhor seja louvado por esse dia e sejam bem vindas ao Ministério Pastoral da Igreja.

Pastor Levy de Abreu Vargas