Multiplicar Discípulos
Talvez durante as campanhas em nossa igreja não tenhamos desenvolvido um tema tão contundente que nos remeta a uma responsabilidade espiritual de proporções tão impactantes e eternas – minha razão de viver, multiplicar. Quando faço essa afirmação, tiro o foco de mim e ponho na obra redentora do Cristo, que é eficaz. Jesus tinha como “sua comida fazer a vontade do Pai.” Se assim o faço, morro para o mundo e vivo para Deus.
O ciclo da vida humana se resume a nascer, crescer, reproduzir e morrer. No entanto, em Jo 12:24, Jesus, falando da sua morte, diz que “se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, continuará ele só. Mas se morrer, dará muito fruto.” Nesse processo, a morte antecede a reprodução. Torno-me fértil e multiplico discípulos se me submeto ao processo de “morte” diária, como disse Paulo: “pois morrestes, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.”
O imperativo diante da morte é darmos frutos, como Jo 15:16 diz, pois fomos escolhidos, nomeados e enviados ao mundo para darmos frutos a partir do poder de Deus em nós. O processo de multiplicação começa em mim, e não no outro, com senso de responsabilidade e expectativa de que Deus me torne fértil. Para eu multiplicar discípulos preciso criar, em mim, um ambiente adequado para a semente morrer e germinar. Também só multiplico discípulos à medida que a vida de Deus flui através da minha “morte”. Quando há muito de mim em mim mesmo e pouco do Cristo, percebo que não morri. Quando minhas emoções e meu “senso de justiça apurado” constantemente determinam minhas ações, percebo que ainda estou vivo. Preciso morrer! Por isso, Paulo insta com os colossenses que pensem nas coisas do alto, não nas que são daqui da terra, “porque morrestes, e a vossa vida está oculta com Cristo.” Nossa natureza terrena nos trai. “Mas, agora, abandonem todas estas coisas: ira, indignação, maldade, maledicência… Não mintam uns aos outros… mas revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou.” Disso depende a minha fertilidade.
Que a morte do Cristo nos inspire, pois assim como Jesus “atraiu a todos com sua morte”, Jo 12:32, que nossa morte e a nova vida nele permita que outros discípulos nasçam, a partir do seu poder operando em nós.
Min. José Carlos Dias de Freitas