Jesus não fez da oração uma chave para a realização da sua vontade. Enquanto orava no Getsemani, afastou-se dos seus discípulos e, entristecendo-se, e cheio de angústia, prostrou-se com rosto em terra e orou: “Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas sim como tu queres.” Mt 26:36-38.
Sabedor do seu propósito na terra, O Cristo não colocou suas possibilidades como principais diante do Pai, tampouco sugeriu uma “saída pela direita” da cruz, mas convicto de que o plano de Deus para sua vida era soberano, submeteu-se.
Hoje, nossa inclinação à oração tende, muito mais, no sentido de solucionarmos e sermos aliviados dos problemas da vida – daquilo que nos traz ansiedade e desconforto. No entanto, ao orar, preciso fundamentar minha conversa com Deus, a partir do conhecimento que tenho sobre Ele e dos seus planos para mim.
A oração não é um tiro no escuro. Não é colocar diante de Deus possibilidades remotas, para que sejam rapidamente avaliadas por Ele, enquanto ansiosamente aguardo. Orar, no sentido de sermos transformados à “estatura de Cristo”, e pedir forças para cumprir o chamado missionário que todos recebemos, tornou-se quase que uma utopia no meio evangélico – algo distante e pouco necessário.
Na oração do Getsemani, o Mestre já sabia o que o aguardava. Sua oração traz o bálsamo de Deus e o fortalecimento de suas convicções de homem em pleno cumprimento da vontade do Pai.
Temos um mundo que “espera a manifestação dos filhos de Deus”, e esse mesmo mundo “geme com dores de parto.” Rm 8:19 e 22.
Na Sua oração, Jesus viu a mim e a você, como pessoas que precisavam da sua morte, para hoje termos a Vida Dele em nós.
Minha oração é que Deus nos conceda a ousadia de Cristo no Getsemani, que não se permitiu desviar do alvo, mas apenas obedecer, agindo a partir da compreensão do seu propósito de vida.
“Porque Ele me amou, eu oro”, para que minha oração se ajuste ao propósito de Deus para minha vida.
José Carlos Dias de Freitas
Ministro de Missões&Evangelismo